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Clóvis Reges Nosopinando – Diário da Manhã

Estudo ‘Para onde vai a direita’, do Instituto Locomotiva e da Ideia Instituto de Pesquisa, divulgado nesta segunda-feira (12), aponta que 54% dos eleitores do ex-presidente estão dispostos a apoiar uma nova liderança de direita, mesmo que esse nome não tenha o apoio de Bolsonaro. A pesquisa corrobora Ronaldo Caiado, que entende que o eleitor brasileiro não aguenta mais a política beligerante que tomou o país

Pesquisa divulgada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (12/06), elaborada pelo Instituto Locomotiva e Ideia Instituto de Pesquisa, aponta que a maioria do eleitorado brasileiro mais à direita do espectro político está disposta a abandonar o radicalismo bolsonarista e caminhar ao lado de uma nova liderança da direita que reúna o equilíbrio necessário para tocar as políticas públicas que o país tanto demanda.

De acordo com o estudo, 54% dos eleitores que votaram em Bolsonaro no ano passado disseram que estão dispostos a apoiar uma nova liderança da direita, mesmo que esse nome não tenha o apoio do ex-presidente. De acordo com o levantamento, apenas 18% dos bolsonaristas não enxergam ninguém além de Bolsonaro para liderar a direita.

Chances de Caiado

O estudo corrobora o entendimento do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), para quem o brasileiro cansou da política beligerante que tomou o país nos últimos anos. Para o chefe do executivo goiano, aquele que pretenda reivindicar o posto de líder de oposição no cenário nacional terá que agir com inteligência e se afastar dos extremos que alimentaram a polarização política no Brasil.

“A nível nacional, quem pode efetivamente comandar um processo de oposição é quem mostrar que realmente conseguiu construir algo. O brasileiro já está cansado de posições extremadas. Ninguém aguenta mais essa discussão beligerante que tomou a política brasileira, ninguém mais tem estômago para isso. O Brasil quer um processo de acalmia, quer eleição, quer resultado, mas ele não tolera mais esse enfrentamento, esse quadro de um vai pro céu e o outro vai pro inferno. Só vai ter sucesso na oposição no Brasil, quem agir com inteligência, com argumentos, com conteúdo, com capacidade de debater, e o lado raivoso, que mostra total incapacidade de argumentar, esse aí vai ser cada vez mais desprezado pela população”, apostou.

A pesquisa também encontra respaldo na percepção de analistas políticos, que sustentam que com a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado – único presidente que não conseguiu se reeleger no Brasil desde a implantação do instituto da reeleição, em 1997 -, o movimento liderado pelo ex-presidente deve perder forças no Brasil e ceder lugar à direita racional, ideologia que havia sido, por assim dizer, engolida pelo extremismo bolsonarista.

Diferente da extrema-direita, a direita representa o movimento que descreve uma posição específica que normalmente aceita a hierarquia social como inevitável, mas que, quando moderada, é tolerante às mudanças. A direita racional é, sobretudo, uma ideologia que respeita o estado de direito e a democracia eleitoral, e também promove políticas de assistência social.

Projeto eleitoral

Ronaldo Caiado tem deixado claro que poderá disputar pela segunda vez, a presidência da República, em 2026, abdicando de qualquer projeto eleitoral em nível estadual, como de senador. Em 1989, o atual governador de Goiás concorreu ao Palácio do Planalto, em cuja eleição foi vitorioso Fernando Collor de Melo.

A partir de janeiro de 2026, Ronaldo Caiado vai percorrer o país para apresentar suas ideias sobre um novo projeto de gestão para o país, com valorização da melhoria da qualidade da prestação de serviços à população, principalmente em áreas como saúde, educação, segurança pública, desenvolvimento industrial e geração de empregos e renda.

Vice-presidente nacional do União Brasil, Caiado pretende debater o futuro do Brasil com os representantes da sociedade civil organizada, partidos políticos e membros do Congresso Nacional. A expectativa do governador goiano é de conquistar simpatia de liderenças políticas, empresariais, trabalhadores, juventude e mulheres do espectro político de centro e de direita.

Como produtor rural e um dos fundadores da bem sucedida União Democrática Ruralista (UDR), na década de 1980, Caiado espera contar com o respaldo do agronegócio, já que tem se posicionado com firmeza na defesa desse segmento, combatendo, por exemplo, a invasão de terras país afora.

créditos: Cloves Reges, blog Opinando

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