Antes de dizer o “sim”, há uma pergunta que todo coração deveria se fazer:
“Daqui a 30 anos, ainda terei prazer em conversar com essa pessoa?”
O tempo, esse escultor silencioso, modifica rostos, abranda passos e apaga o fogo das paixões intensas. E quando tudo isso passar, o que restará? A conversa. O verbo.
Rubem Alves dizia que os relacionamentos se sustentam naquilo que ainda conseguimos dizer — e, sobretudo, naquilo que ainda conseguimos escutar. O amor verdadeiro respira pelo pulmão do diálogo. Não para vencer debates, mas para rir das bobagens, partilhar silêncios, discordar sem se ferir.
Amar alguém não é encontrar o encaixe perfeito, e sim construir uma permanência possível. É descobrir que, mesmo com as mudanças inevitáveis da vida, existe uma voz com quem a alma gosta de passear.
No fim das contas, o amor genuíno não é o que apenas arde — é o que conversa, compreende e resiste. É aquele que sabe envelhecer junto, no compasso da palavra, no ritmo do coração.
