Em 16 de novembro de 2020, o Brasil assistiu a uma das maiores revoluções tecnológicas de sua história econômica: nascia oficialmente o PIX, o sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central. Em apenas sete dias, o novo método somou 12 milhões de transações. Cinco anos depois, já ultrapassava 120 bilhões de operações — um número superior ao registrado na Índia, na Europa e até nos Estados Unidos.
Por trás dessa inovação, não havia uma grande empresa de tecnologia nem um conglomerado de bancos privados. Havia engenheiros, não marqueteiros; propósito, não lobby; e, sobretudo, Brasil, não cópia.
Entre esses nomes, um se destaca: Ângelo Duarte, um nordestino nascido e criado no interior do Ceará, formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Foi ele quem liderou, dentro do Banco Central, o projeto que desenhou o impossível: um sistema de pagamentos gratuito, instantâneo e público — sem cartão, sem taxas, apenas com tecnologia e coragem.
Enquanto políticos discursavam sobre modernização e inclusão financeira, Ângelo e uma equipe de profissionais anônimos transformavam café em código. Sem o glamour do Vale do Silício, sem investimentos milionários, mas com a força da competência brasileira.
A trajetória de Ângelo Duarte é marcada pela disciplina e pela execução. No ITA, aprendeu cálculo, lógica e engenharia, mas o que mais absorveu foi a disciplina que o levaria a construir o PIX. Anos depois, sua carreira o levaria à Suíça, onde trabalhou no chamado “banco dos bancos centrais” e teve a oportunidade de observar de perto como o dinheiro circulava globalmente. Foi ali que ele percebeu:
“O Brasil pode fazer melhor. Mais rápido. Mais justo. Mais brasileiro.”
Com um doutorado em Economia, Ângelo uniu engenharia e finanças para transformar código em política pública, e dinheiro em infraestrutura. O resultado foi um sistema que democratizou o acesso financeiro, reduziu custos, aumentou a eficiência e impulsionou a economia nacional.
Hoje, o PIX não é apenas um meio de pagamento — é um símbolo de soberania tecnológica, eficiência pública e inovação social. Ele provou que o Brasil é capaz de liderar o mundo em soluções criativas e disruptivas, quando aposta em seu próprio talento.
Ângelo Duarte, o cearense que “hackeou” o sistema financeiro mundial, mostrou que inovação não é exclusividade de potências estrangeiras. Ela pode — e deve — nascer do coração do Brasil, alimentada por propósito, disciplina e coragem.
PIX: um feito brasileiro que mudou o jeito de o mundo enxergar o dinheiro.
