Há homens que passam pela vida; e há aqueles que ficam para sempre. Durval Ferreira Franco pertence à segunda categoria. Nascido em 02 de novembro de 1943, em Araguari (MG), ele trouxe consigo o dom raro de sonhar grande e realizar com coragem. Partiu em 02 de janeiro de 2000, mas deixou em Ipameri marcas tão profundas que o tempo não apaga — apenas confirma.
Durval foi um visionário quando a palavra ainda não era moda. Amou o esporte como quem ama a própria cidade e, com trabalho incansável, transformou esse amor em legado. Fundador e líder do Novo Horizonte Futebol Clube, foi mais que dirigente: foi construtor de caminhos. Onde havia chão e esperança, ergueu um templo popular que uniu gerações — o Estádio Durval Ferreira Franco, inaugurado em 07 de julho de 1972, palco de emoções, encontros e histórias que continuam ecoando nos domingos de futebol. O estádio que hoje leva seu nome não é apenas concreto e arquibancadas; é memória viva, é identidade, é gratidão.
Mas Durval não se limitou às quatro linhas. Com sensibilidade social e olhar à frente do seu tempo, ajudou a modernizar a cidade ao colocar em circulação quatro ônibus coletivos, ampliando o ir e vir das pessoas, encurtando distâncias e aproximando sonhos. Também deixou sua marca no lazer e na convivência ao idealizar o Clube Campestre Itaoca, espaço de encontros, celebrações e pertencimento.
Curiosamente — e talvez poeticamente — Durval nunca ocupou cargo público. Não precisou. Seu mandato foi exercido todos os dias, no gesto, na iniciativa, na coragem de fazer. Governou pelo exemplo, legislou com atitudes e administrou com o coração. Foi empresário, desportista, líder comunitário e, acima de tudo, um apaixonado por Ipameri.
Na vida pessoal, viveu uma história de amor que o acompanhou como farol: ao lado de Ilza Espíndola Carneiro, construiu família, valores e afetos que perpetuam seu nome. Visionário em todas as áreas, deixou filhos, amigos e uma cidade inteira orgulhosa de tê-lo tido como parte de sua história.
Durval Ferreira Franco foi daqueles homens que enxergam futuro onde outros veem apenas presente. Revolucionou Ipameri sem discursos, sem holofotes, sem cargos — apenas com trabalho, fé e amor pela terra que escolheu para eternizar seu legado.
E enquanto a bola rolar no estádio que leva seu nome, enquanto as memórias se encontrarem nas arquibancadas, Durval continuará ali — vivo, inteiro, eterno.
