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BOM DIA!
o que diz o Documento Mater Populi Fidelis (“Mãe do povo fiel”) aprovado pelo Papa Leão XIV

O Vaticano publicou em 4 de novembro de 2025 o documento Mater Populi Fidelis (“Mãe do Povo Fiel”), aprovado pelo Papa Leão XIV, trazendo uma orientação clara e precisa sobre o uso de certos títulos atribuídos a Maria. O texto reafirma a dignidade singular da Mãe de Jesus, mas ao mesmo tempo estabelece limites necessários para evitar interpretações que possam confundir ou obscurecer a verdade central da fé cristã: somente Jesus Cristo é Redentor e Mediador.

Ao abordar expressões populares como “Corredentora” e “Mediadora de todas as graças”, o documento explica que, embora tenham surgido na devoção sincera de muitos fiéis, esses títulos podem ser teologicamente inadequados se forem entendidos de maneira a colocar Maria em posição paralela ou concorrente com Cristo. A cooperação de Maria na história da salvação é real, mas sempre dependente e subordinada à obra única do Filho. Assim, o texto chama atenção para o risco de se usar termos que exigem constantes explicações e que, usados de forma isolada, podem sugerir que Maria exerce uma participação semelhante à mediação salvífica de Jesus.

O documento recorda que Maria participou da encarnação ao dizer seu “sim”, acompanhou a missão do Filho e permaneceu fiel até o fim, tornando-se modelo perfeito de fé e obediência. No entanto, sua participação, por mais elevada que seja, não a coloca como redentora ou corredentora. A Igreja afirma com clareza que Jesus Cristo é o único Redentor, o único Mediador entre Deus e os homens, o único nome pelo qual importa que sejamos salvos. Maria não divide nem complementa essa mediação; ela a recebe, participa dela de modo subordinado, e a aponta para Cristo.

Ao mesmo tempo, Mater Populi Fidelis reconhece a importância da devoção mariana e incentiva títulos que expressem com fidelidade a função materna de Maria em relação aos fiéis, como “Mãe da Igreja”, “Mãe dos crentes” e “Mãe do Povo Fiel”. Esses títulos são considerados mais seguros teologicamente e mais adequados pastoralmente, pois iluminam o papel de Maria como figura de cuidado, intercessão e proximidade, sem gerar ambiguidades sobre a obra redentora de Cristo.

O documento também destaca que a clareza doutrinal contribui para o diálogo ecumênico. Termos que, mesmo sem intenção, pareçam atribuir a Maria funções próprias de Cristo podem afastar irmãos de outras tradições cristãs e reforçar mal-entendidos históricos. A linguagem da fé, afirma o texto, deve conduzir sempre à verdade revelada, e não ao equívoco.

Com isso, o ensinamento católico sobre Maria não perde profundidade; ao contrário, ganha precisão. Maria continua sendo proclamada bendita entre as mulheres, honrada como Mãe do Filho de Deus e venerada como modelo perfeito de discipulado. Mas essa veneração só é genuína quando conduz ao centro da fé: Jesus Cristo, o Salvador, o Mediador, o Senhor.

Ao purificar a linguagem e orientar o uso dos títulos marianos, Mater Populi Fidelis (“Mãe do Povo Fiel”) reafirma que a verdadeira grandeza de Maria está justamente em sua total união ao Filho e em sua perfeita obediência à vontade de Deus. Sua maternidade espiritual não substitui nem complementa a redenção; antes, participa dela como criatura, serva e discípula. Em última análise, toda devoção mariana autêntica deve levar o fiel a Cristo, e nunca afastá-lo d’Ele.

Josimar Salum
ASONE

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