
Eu aceito desculpas, perdoo de coração… mas retiro a confiança. Porque o perdão não é amnésia cega, é uma lucidez conquistada. Podemos seguir adiante, sim, mas não partindo do mesmo ponto, nem com o mesmo olhar inocente. Quando alguém machuca o que deveria ser protegido, algo dentro de nós se desloca… e, muitas vezes, não retorna ao lugar original.
Não se trata de mágoa guardada, mas de proteção essencial. Não é vingança mesquinha, é discernimento maduro. Confiar é um dom sutil, oferecido uma única vez… quem o quebra não escuta o estalo, mas deveria carregar o peso dessa perda. Há quem pense que um pedido de desculpas apaga o passado… mas ele permanece. A dor pode cicatrizar com o tempo, mas a confiança só floresce novamente se encontrar sinceridade autêntica do outro lado. Infelizmente, na maioria das vezes, isso não acontece.
É aí que a compreensão chega: aceitar não significa retornar ao que era… é se libertar de vez. O coração perdoa com generosidade, mas a memória nos ensina lições valiosas. E a vida? Ela prossegue, só que agora com portas mais firmemente trancadas, guardando o que realmente importa.
Quer viver a verdadeira cura pelo perdão? Comece reconhecendo que ele liberta, mas não obriga a repetir erros. Vamos em frente, mais sábios e protegidos.