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Nos primeiros séculos, ser cristão era considerado crime contra o Império Romano. A fé em Jesus era vista como uma ameaça, e por isso os seguidores precisavam encontrar maneiras discretas de se identificar.

Uma das estratégias usadas foi o símbolo do peixe. Como o peixe já era comum em religiões pagãs, especialmente como sinal de fertilidade, os cristãos puderam adotá-lo sem levantar grandes suspeitas. Assim, o “Peixe de Jesus” se tornou não apenas um código secreto, mas também uma forma de proteção.

A tradição conta que, ao se encontrarem, os cristãos desenhavam metade do peixe na areia. Se o outro completasse a figura, era o sinal de que ambos compartilhavam a mesma fé e estavam em segurança. Caso contrário, nada era dito, evitando perseguições.

O peixe não foi escolhido por acaso. Ele é profundamente enraizado no Evangelho: remete aos milagres da multiplicação dos pães e peixes, ao chamado de Jesus para que seus discípulos fossem “pescadores de homens” e ao batismo nas águas, que simbolizava a entrada dos cristãos na nova fé.

Com a oficialização do cristianismo no Império Romano, o peixe perdeu espaço. A cruz, diretamente ligada à morte e à ressurreição de Jesus, tornou-se o símbolo central da fé cristã. O peixe permaneceu, mas como ícone secundário.

O significado do peixe também pode ser encontrado na palavra grega “ICHTHYS”, que significa peixe, mas cuja escrita formava um acróstico:

I: Iesous (Jesus)

Ch: Christos (Cristo)

Th: Theou (De Deus)

Y: Huios (Filho)

S: Soter (Salvador)

Traduzido, o acróstico significa: “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.”

No século XX, especialmente a partir dos anos 1970, o peixe voltou com força como símbolo de testemunho cristão. Ele apareceu em adesivos de carros, pingentes e camisetas, tornando-se uma maneira pública de mostrar fé. Para alguns, isso representou banalização; para outros, reafirmação de identidade e pertencimento à fé cristã.

Mais que um simples desenho, o peixe carrega séculos de história. Ele é um símbolo que atravessou perseguições, oficializações e renascimentos, representando sempre a essência da fé cristã: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.

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