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Recomeçar é mais do que um gesto de coragem — é um ato de consciência. É perceber, com maturidade, que nem todo ponto final é o fim de uma história. Às vezes, é apenas uma pausa para respirar, refletir e mudar o rumo. Recomeçar não significa fracassar. Pelo contrário: é reconhecer que é possível fazer diferente, fazer melhor, fazer com mais alma.

Quantas vezes somos condicionados a seguir em frente mesmo quando tudo dentro de nós grita por mudança? A sociedade nos cobra linearidade, constância, respostas rápidas. Mas a vida real é feita de curvas, silêncios e recomeços. E é nesse ponto que mora a verdadeira grandeza humana: na capacidade de começar de novo, de erguer-se das cinzas sem perder a fé no que ainda pode florescer.

Recomeçar exige humildade para admitir que algo não deu certo, mas também exige força para não se apequenar diante da dor. É um equilíbrio delicado entre aceitar o que passou e confiar no que virá. E, sobretudo, é um ato de amor-próprio — porque quem recomeça escolhe não permanecer onde já não há vida, mesmo que isso doa, mesmo que isso assuste.

Recomeçar é um verbo silencioso. Acontece no íntimo, nos momentos em que ninguém vê. Às vezes é deixar um emprego, terminar uma relação, mudar de cidade, ou simplesmente olhar para si mesmo com mais compaixão. Outras vezes, é apenas acordar num dia difícil e tentar mais uma vez.

A cada recomeço, um novo “eu” se constrói. E mesmo que tudo pareça igual aos olhos do mundo, quem recomeça sabe: há uma revolução acontecendo dentro de si.

Que tenhamos, sempre, a ousadia de recomeçar — quantas vezes for necessário.


Blog do Alan Ribeiro — Jornalismo com alma, palavra com propósito.

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