
Há gestos que não custam nada, mas valem tudo. O abraço é um desses milagres silenciosos que carregam o poder de aquecer a alma, curar feridas invisíveis e estreitar laços que nem as palavras conseguem alcançar. Em um mundo tão barulhento, onde o tempo corre e os corações às vezes se perdem, o abraço permanece como um refúgio de silêncio e verdade.
Um abraço sincero fala a linguagem do afeto. Ele diz “estou aqui”, “você não está sozinho”, “eu me importo”. Não precisa de legenda, não requer explicações. É presença. É corpo e alma estendidos ao outro como abrigo. É encontro de corações no compasso de um mesmo sentimento.
Quantas vezes, em meio à dor, bastou um abraço para nos lembrar que ainda havia amor? Quantas vezes, diante da alegria, um abraço selou a vitória com emoção compartilhada? Há abraços que eternizam momentos, que embalam memórias e que permanecem vivos mesmo depois que a pessoa se vai.
Um abraço pode ser o começo de uma reconciliação, o consolo de um luto, a bênção de um reencontro. Pode vir apertado, demorado, tímido, de olhos fechados ou com lágrimas nos olhos. Pode ser de mãe, de pai, de irmão, de amigo, de amor. Cada um carrega um tipo de força – e todos são preciosos.
Em tempos em que o toque se tornou escasso e as distâncias aumentaram, redescobrimos o quanto um abraço faz falta. O quanto ele é mais que gesto – é linguagem sagrada de humanidade. Por isso, se puder, abrace mais. Abrace com o coração, com a alma, com verdade. Abrace enquanto há tempo.
Porque um abraço não resolve tudo, é verdade. Mas ele transforma. Ele acolhe. Ele salva.
Alan Ribeiro
Coluna Mensagem do Alan