
Em nota conjunta, as duas entidades reforçaram o posicionamento do governador e criticaram a distorção de dados por parte do Ministério da Justiça
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO) e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto-GO) manifestaram apoio ao governador Ronaldo Caiado, depois do Ministério da Justiça divulgar dados que indicariam a vinculação de postos de combustíveis em Goiás ao crime organizado. Em uma nota conjunta enviada à imprensa, as duas entidades repudiaram a forma como o setor de combustíveis goiano foi generalizado em investigações, com dados distorcidos, que não refletem a realidade do setor no estado.
“É inadmissível que empresários que atuam de forma íntegra, geram empregos e contribuem com o desenvolvimento econômico do estado sejam injustamente associados ao crime organizado”, declararam as entidades na nota.
O posicionamento ocorreu em resposta à repercussão de uma reportagem da Folha de S. Paulo, com informações do Ministério da Justiça, sobre a existência de 163 postos de combustíveis dominados por facções criminosas em território goiano. Os números são desconhecidos pelas forças de segurança do Estado e também pela Polícia Federal que atua em Goiás. Há, atualmente, uma investigação sobre 26 postos, sendo 22 por sonegação fiscal e apenas quatro com potencial de ligação com o crime organizado.
“Reiteramos nosso compromisso com a legalidade e com o combate a qualquer prática ilícita. O setor está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações sempre que necessário, preservando o devido processo legal e o respeito à imagem dos empreendedores goianos”, prossegue o comunicado.
“Por fim, expressamos nossa solidariedade ao governador Ronaldo Caiado, cuja firme atuação em defesa da segurança pública e da autonomia dos estados tem sido exemplar. A tentativa de descredibilizar sua gestão com dados distorcidos é um ataque à boa prática federativa e à democracia”, concluiu o texto.
Retaliação política
Caiado, por sua vez, considerou uma retaliação política os números divulgados pelo Ministério da Justiça. “A divulgação de dados falsos não passa de um tiro político contra o estado que tem denunciado o acovardamento do Governo Federal no combate às facções”, disse o governador. “Quem tem um histórico de conivência com o crime organizado é o presidente Lula e os governos do PT”, completou ao rebater os questionamentos da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, sobre o assunto.
Para Caiado, os dados apresentados com o recorte em Goiás só endossam a retaliação aos oponentes políticos. O governador goiano é um dos únicos críticos do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que por uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), pretende unificar os órgãos da segurança e centralizar os recursos na esfera federal, um âmbito de gestão que, segundo Caiado, não tem alcançado resultados. “Enquanto no Brasil quase 80% das pessoas indicam a violência e o crime organizado como principal problema do país, em Goiás, ao contrário, a segurança pública tem aprovação acima de 70%”, afirmou.