
Algumas histórias não precisam de muitos adornos — basta sentir. O relato a seguir, escrito pelo Dr. Matheus Brandão, cirurgião apaixonado pela profissão, é uma dessas histórias. Um texto que carrega verdade, entrega e vocação. É sobre escolher um caminho difícil por amor, e seguir firme mesmo quando tudo parece pesado demais.
Desde cedo, eu sabia que queria ajudar pessoas.
Mas foi só em 2010, no meu segundo ano de medicina, que entendi como queria fazer isso: com as mãos, com técnica, com coragem — na cirurgia.
Sem entender muito o que era ser cirurgião, entrei na Liga de Trauma e Cirurgia, e lá estava eu, madrugada após madrugada nos plantões, fascinado por aquele universo.
Em 2014, quando decidi minha especialidade, ouvi da minha mãe:
“Meu filho, esse negócio de cirurgia é complicado… procura algo mais tranquilo.”
Mas o chamado era mais forte. Não se tratava de escolha, mas de vocação.
Desde então, foi suor no corpo, amor no coração e fé no alto.
Passei por provações, cansaços, dúvidas. Mas segui.
Segui porque amo o que faço.
Porque acredito que cada vida tocada é um legado construído.
Hoje, moro em uma região onde carrego grande responsabilidade.
E isso me força a ser melhor.
A estudar mais.
A me aperfeiçoar todos os dias.
Porque o paciente merece o meu melhor, mesmo nas condições mais desafiadoras.
A cirurgia me ensinou mais do que medicina — me ensinou sobre resiliência, propósito e entrega.
Ainda estou longe de saber tudo. Talvez tenha aprendido 1% desse oceano de conhecimento.
Mas sigo firme em busca dos outros 99%.
Meu salário? É o reconhecimento no olhar de quem volta pra casa.
Minha rotina? Caótica, sim. Mas cheia de sentido.
Meu futuro? Um ponto de interrogação… com gosto de missão.
Se tudo isso der certo, ótimo.
Se não der, já valeu. Porque eu tentei.
Porque sigo tentando.
O testemunho do Dr. Matheus é um lembrete poderoso de que vocação é muito mais do que carreira — é propósito. Em cada linha, sentimos o peso da responsabilidade, mas também a leveza de quem ama o que faz. Que esse depoimento inspire mais profissionais da saúde a seguirem com coragem, e a todos nós, a nunca desistirmos daquilo que faz nosso coração pulsar mais forte.