Um dia, estava passeando no sítio de um amigo e sentei-me ao pé de uma mangueira, para descansar e me proteger do sol.
Aquelas mangas, quase douradas, atraíram meus olhos e comecei a comer algumas.
Entre prazer e a satisfação, estava enlouquecido pelas mangas, doces como o mel.
Naquele momento, não havia outro lugar em que eu gostaria de estar, nem outra fruta que queria em minha boca. Tudo estava perfeito.
Sentia que, se minha vida inteira se passasse naquela mangueira, eu morreria feliz.
Foi então que percebi que havia me apaixonado pela árvore.
Ao longe, vi o Seu Antônio se aproximando. Era o caseiro do sítio.
Sentou-se e riu do meu flerte com a árvore, comendo algumas mangas comigo.
Ele me contou sobre o dia em que plantou a mangueira, vinte e três anos antes, e como se dedicava a cuidar dela, regando-a e protegendo-a das pragas diariamente.
Naquele momento, percebi que seu Antônio amava aquela árvore.
Paixão é satisfação, prazer e urgência. Amor é cuidado, atenção e dedicação. Paixão é fruta, amor é semente.
Há quem queira apenas a fruta. Há quem plante árvores para ter um futuro frutífero.