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Pesquisador conta como a produção de soja no Distrito Federal despertou o interesse de investidores asiáticos

O trabalho de melhoramento genético realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que possibilitou o plantio de soja em meio ao clima do Cerrado brasileiro, foi vital para que o Brasil ascendesse ao posto de maior produtor e exportador mundial do grão. Foi o que contou, o chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro da Silva Neto, convidado do Correio Brazilienze.

Agro-parceria entre Correio e TV Brasília. O pesquisador também falou sobre um novo projeto, em parceria com a Coreia do Sul, que
busca a produção de variedades mais nobres da soja para a utilização em produtos culinários de
origem asiática.

“A soja da qual o Brasil é o maior produtor e exportador é uma soja voltada para óleo e farelo. Óleo para consumo humano e para biodiesel, e o farelo que é um farelo proteico usado na formulação de rações para
alimentação animal. As sojas especiais para consumo humano, essas que nós estamos iniciando um trabalho com a Coreia do Sul,
são voltadas para a fabricação de alimentos muito utilizados no Oriente-Japão, Coreias e, também, na própria China”, contou.

Segundo relatou o chefe-geral aos jornalistas Roberto Fonseca e Samanta Sallum, a Embrapa Cerrados enviou cinco variedades nobres de soja para serem testadas na indústria de alimentos da Coreia do Sul. Voltadas para
consumo humano, elas possuem “valor agregado altamente superior à soja comum e são resultado de 20 anos de trabalho de seleção de soja da empresa.

As sojas especiais para consumo humano são voltadas para a fabricação de alimentos muito utilizados no Oriente-Japão, Coreias e, também, na própria China”.

“Nós temos 20 anos de trabalho selecionando soja para consumo humano e, agora, nós fomos procurados por uma empresa da Coreia do Sul, através da embaixada, dizendo que eles queriam testar queriam testar esses produtos lá. Então, nós enviamos, para a Coreia do Sul, cinco variedades que vão ser testadas na indústria de alimentos local”, destacou.

Sebastião Pedro Silva Neto reforçou, ainda, que resultados positivos nesse testes teriam impacto direto no Brasil que é grande consumidor de produtos alimentícios de origem asiática assim como no DF.

“O Brasil também consome muitos produtos de origem asiática: Tofu, Natto, shoyu e outras especialidades. Nós estamos preparados para produzir uma soja com maior valor agregado e que vai ser usada com objetivo mais nobre, que é o consumo humano.

Com certeza, o shoyu que a gente consome vai poder ter como insumo a soja do Cerrado, assim como vai melhorar a qualidade do tofu que nós encontramos nos restaurantes asiáticos, porque vai ser um produto fresco, produzido aqui no cerrado”, sinalizou.

Oportunidades

Para o cientista, a produção dessas variedades da soja voltadas ao consumo humano vem
com alguns desafios, como a dificuldade logística de realizar o que chamou de “produção segregada”. Sebastião Pedro Silva Neto afirmou, ainda, que o resultado dos testes permitirá que seja feita a organização da cadeia de produção de acordo com a demanda, o que ajudará a manter a pureza do grão.

“Como é uma soja especial, ela vai ter que ser produzida em locais separados, transportada e embalada, e essa é a dificuldade logística, para não misturar com a soja padrão. Esse é o maior desafio. Para isso, nós vamos ter que organizar a cadeia de produção para que seja produzido
de forma separada e tendo um cuidado para que ela não perca valor ao longo do da cadeia produtiva”, destrinchou.

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