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Atraso no tratamento pode levar a consequências negativas, como progressão da doença e redução das chances de cura. Goiás registrou mais de mil mortes de câncer de pulmão em 2023

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) alerta a população sobre o câncer de pulmão, considerado um dos tumores malignos mais comuns, com uma incidência mundial que aumenta cerca de 2% ao ano. Em 90% dos casos, a doença está relacionada ao consumo de derivados do tabaco e, no final do século XX, tornou-se uma das principais causas evitáveis de morte em todo o mundo. O alerta faz parte da campanha Agosto Branco, que reforça a necessidade de conscientização sobre a doença a nível mundial.

No Brasil, conforme as estimativas de 2023 do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão foi o terceiro mais comum em homens (18.020 novos casos) e o quarto entre as mulheres (14.540 novos casos). Globalmente, é o câncer mais incidente entre os homens e o terceiro entre o público feminino. Em termos de mortalidade, lidera entre os homens e ocupa a segunda posição entre as mulheres, segundo dados de 2020 que apontam 2,2 milhões de novos casos, sendo 1,4 milhão em homens e 770 mil em mulheres.

Goiás registrou no ano passado 1.049 mortes por câncer de pulmão, sendo 483 mulheres e 566 homens. O levantamento da Coordenação de Oncologia da SES leva em consideração os dados do Sistema de Informações de Câncer (Siscan). No estado, a maioria dos casos diagnosticados de câncer de brônquios e pulmão recebeu tratamento tardiamente, ou seja, mais de 60 dias após o diagnóstico. A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para o câncer de pulmão é de 18%, sendo 15% para homens e 21% para mulheres. Apenas 16% dos casos são diagnosticados em estágio inicial, com uma taxa de sobrevida de cinco anos de 56%.

“O atraso no início do tratamento do câncer pode ter diversas consequências negativas para o paciente, como a progressão da doença, redução das chances de cura e piora na qualidade de vida”, afirma o coordenador de Oncologia da SES, Kleber Júnior Rodrigues Monteiro. O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de uma série de doenças crônicas, tais como câncer, doenças pulmonares e doenças cardiovasculares, de modo que o uso do tabaco continua sendo líder global entre as causas de mortes evitáveis. Entre os principais sintomas do câncer de pulmão, estão dores no peito, tosse e rouquidão insistente, emagrecimento sem motivo, dificuldade para respirar, escarro com sangue e hemoptise (sangramento pelas vias respiratórias).

Rastreamento
O rastreamento do câncer de pulmão tem como objetivo detectar a doença em estágios iniciais através da tomografia computadorizada. É recomendado para pacientes entre 55 e 80 anos com histórico significativo de tabagismo ou exposição a outros fatores de risco. O diagnóstico do câncer de pulmão pode ser feito por meio de exames como radiografia e tomografia computadorizada do tórax. A biópsia guiada por imagem é frequentemente realizada para confirmar patologicamente a presença do câncer. Exames complementares como PET-SCAN e ressonância magnética podem ser solicitados para avaliar a extensão da doença.

Tratamento
O tratamento da doença hoje é realizado, prioritariamente, no Hospital do Câncer Araújo Jorge, que conta, desde 2019, com apoio financeiro do Estado, por meio do Plano de Fortalecimento. Em 2024, a contrapartida estadual foi renovada e a previsão é de repasses na ordem de R$ 21,6 milhões ao hospital.

Foto: Lidiane Lopes – HDT/ISG

Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

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