Oswaldo Stival: ex-prefeito de Nova Veneza- Foto: Governo do Tocantins

A felicidade é que se realizou, não somente como o magistral líder classista e político, mas como o sustentáculo de um sobrenome honrado.

A comoção gerada em Goiás e Tocantins com a morte de Oswaldo Stival, no domingo 7 de janeiro, está sendo imensa e merecida. Qualquer homenagem é pequena para quem fez tanto pela economia de dois Estados, representou maravilhosamente na política, virou reconhecido ícone na iniciativa privada, deu sua contribuição como gestor público e tornou-se desmedido pela régua do trabalho.

Oswaldo Stival foi um cidadão que semeou cidadania, orgulhou o Brasil e a Itália, de onde sua família é originária, mas aproveito aqui para lembrar dele como o excelente amigo que provou ser em todos os momentos. Nas vezes em que precisei, ele estava sempre junto e na maioria delas só bem depois ficava sabendo de sua participação, pois sua recusa aos holofotes era proporcional ao bem-querer demonstrado às pessoas.

Tive sua ajuda o tempo inteiro. Não fui o único. Longe disso. Encontrei amigos seus nos mais diversos lugares, da Nova Veneza de Oswaldo e Edith à Veneza de mouros e mercadores que nos legou um leão como guia para as mais inóspitas selvas. Quem não o conhecia, demorava 5 minutos para ficar seu fã. Os empreendedores o têm como símbolo na batalha incessante contra a burocracia, os juros, a insegurança jurídica, o desprezo oficial, enfim, a luta que ele encampou e que temos o dever de continuar, dado ser inglória, todavia inescapável.

Foi um brasileiro exemplar, que havia entrado na História mesmo antes de ser nome e fundador de museu. Inseriu Goiás no mapa cultural da Itália com o festival gastronômico e artístico de Nova Veneza, uma de suas várias inovações como prefeito. Colocou Tocantins no atlas da economia, onde continuam vicejando os investimentos no campo e nas cidades.

Mesmo aos 92 anos, foi cedo, bastante cedo. A felicidade é que se realizou, não somente como o magistral líder classista e político, mas como o sustentáculo de um sobrenome honrado. Oswaldo acompanhou, na qualidade de farol dos triunfos, das primeiras gerações a seus netos, como a Camilla e o Leandro. Estava no auge empresarial e, inclusive, no futebol. Subiu à glória após ver a volta do nosso Atlético à Série A do Brasileirão. Nisso, o clube se equipara a seu torcedor mais ilustre: o leão de Nova Veneza permaneceu durante quase um século como um brasileiraço de série A.

Resta agradecer a Deus por abrilhantar os caminhos do país com personagens que se tornam protagonistas da nossa vida, o que é o caso perfeito de Stival. Assim como tive a meu dispor o ombro e a palavra amigos de Oswaldo, os ofereço com menos qualidade, porém com total gratidão, junto com meus sentimentos a Edith, Hermione, Edione, Oswaldo Junior, José João, Edwaldo e demais familiares. Meus amigos, eu os considero irmãos, porque o pai de vocês foi uma mãe para mim.

Demóstenes Torres, ex-senador, é advogado.

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