Foi-se embora mais um defensor veemente da liberdade

O jornalista Batista Custódio, com seu jornalismo, com sua determinação, em nunca publicar uma notícia, sem antes ouvir todos os lados, é um dos grandes exemplos da democratização da imprensa no Brasil. Um case que sempre merecerá ser estudado, um capítulo à parte na história da imprensa brasileira, da verdadeira imprensa brasileira. A sua vida, a sua luta, se confundem com a defesa intransigente da democracia e da participação, da presença, da sociedade nos grandes acontecimentos, nas grandes decisões, todas estas refletidas em seus veículos de comunicação, o histórico Cinco de Março e o sempre presente Diário da Manhã. Batista, na redação ou por onde passasse, sempre lutou pelas liberdades democráticas, as de opinião e expressão, e colocou os seus jornais, o Cinco de Março e o Diário da Manhã, como faróis acesos dessa liberdade. Polêmico, incisivo, ativista, republicano, Batista sonhou com uma imprensa livre, soberana, onde as ruas atravessassem a redação do DM e dessem, deixassem alí, as suas opiniões, as suas impressões. Redação esta que chegou a ter grandes profissionais da imprensa nacional, como Aloysio Biondi, Milton Coelho da Graça, Washington Novaes, Reynaldo Jardim, além de Edson Costa, Consuelo e Fábio Nasser e vários outros. Batista significa mais que a vida, significa a história de quem lutou contra a ditadura, contra o autoritarismo, de todas as formas e em todos os momentos, e que estabeleceu em seus veículos a liberdade dos muitos, principalmente daqueles considerados sem vozes, sempre ignorados pelos poderosos. Não só Goiás, como o Brasil, perde a sua clarividência e seus aconselhamentos políticos, por meio de seus editoriais, epopeicos e contundentes, mas fica a boa lição do seu jornalismo, que hoje chega ao céu; o de garantir que as palavras fossem e sejam exercidas com as liberdades a que temos direito, todas as liberdades da vida.

Ulisses Aesse

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