
Luiza Vilanova criou projeto voltado a alunos do 6º ao 9º ano, depois de conseguir auxílio financeiro para estudar na Universidade de Columbia.
Com a intenção de realizar os sonhos de outras pessoas enquanto concretiza o dela, a goiana Luiza Vilanova, de 21 anos, já ajudou mais de 3,5 mil crianças brasileiras a descobrir talentos com o programa Tocando em Frente, voltado a alunos do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano. Ela criou a iniciativa em 2021, depois de conseguir uma bolsa para estudar na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, onde cursa ciências políticas e educação.
“Meu sonho é fazer com que todas as crianças, independente de onde elas venham e das condições econômicas que elas tenham, consigam sonhar e realizar sem limites, e hoje a melhor maneira que consigo fazer isso é através da educação”, afirma Luiza.
Luiza nasceu em 25 de janeiro de 2002, em Goiânia, e conta que viveu a maior parte da vida na cidade. Hoje, ela cursa ciências políticas e educação, em Nova Iorque, com bolsa integral da universidade, bolsa da Fundação Estudar para auxiliar nos custos, além de uma bolsa Brasa, para estudantes brasileiros no exterior. Atualmente, Luiza também atua no Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) como Jovem Embaixadora do Brasil e explica que pretende retornar a solo brasileiro assim que se formar para trabalhar com educação.
Enquanto a formatura, prevista para 2024, não ocorre, Luiza atua em seu objetivo por meio do programa Tocando em Frente, que desenvolve atividades “focadas no brincar” com alunos do ensino fundamental 2, especialmente em regiões interioranas e quilombolas.
A jovem detalha que essas atividades são realizadas com base em uma metodologia de ensino “gameficada” (a partir do uso de brincadeiras) e no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, com o objetivo de tornar a escola o lugar mais legal do mundo e prevenir a evasão”.
“Temos talentos em todos os lugares e, mesmo com esses talentos, muitas vezes as oportunidades não chegam para essas pessoas e, quando chegam, a pessoa ainda não consegue se ver naquela oportunidade. Esse ‘buraco’ nós chamamos de ‘vácuo inspiracional’, que impede que um talento acesse aquela oportunidade. Nós trabalhamos para acabar com esse problema”, explicou Luiza.
Atualmente, a organização tem parceria com 11 escolas públicas brasileiras e com secretarias de Goiás, São Paulo (cidade de Birigui) e Bahia (em Salvador). Luiza explica que o objetivo é que o projeto alcance escolas no interior de todos os estados brasileiros até 2023.
Apesar de ter iniciado sua graduação em ciências políticas e educação em 2020 e criado o Tocando em Frente em 2021, o interesse de Luiza pelo ramo de políticas públicas e educação é de longa data. Luiza, que sempre foi apaixonada pelos estudos, conta que, aos 15 anos, criou o projeto social Gotinhas do Bem, que trabalhava habilidades socioemocionais em alunos de escolas públicas. Ela detalha que teve a ideia para o projeto depois de sofrer bullying em locais que estudou.
“Eu estudei em 11 escolas diferentes e, em uma dessas mudanças, eu comecei a sofrer bullying, com isso eu me vi odiando estar no lugar que eu mais amava. Foi quando me vi pensando que não queria que isso acontecesse mais comigo nem com outras pessoas ao meu redor”, contou.
“Com o tempo, fui percebendo que o bullying era uma consequência, e não a raiz do problema, que estava na falta de ensino de habilidades socioemocionais, como empatia e até liderança, que geralmente não são ensinadas nas escolas”, disse a jovem.
A jovem ainda diz que a organização Gotinhas do Bem impactou diversas crianças em mais de 15 estados brasileiros e outros seis países.
Logo depois, Luiza foi nomeada embaixadora de um programa da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, chamado Yale Young Global Scholars. Lá, onde ela ganhou bolsa integral para participar, ela desenvolveu um projeto sobre o acesso de refugiados ao sistema de saúde.
Logo depois, Luiza foi nomeada embaixadora de um programa da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, chamado Yale Young Global Scholars. Lá, onde ela ganhou bolsa integral para participar, ela desenvolveu um projeto sobre o acesso de refugiados ao sistema de saúde. Determinada a reforçar seus conhecimentos sobre a criação de políticas públicas excepcionais, ela também ingressou e se tornou líder estadual do Movimento Acredito, em 2020.
Apesar de sempre ter estudado com bolsas, ela explica que seu objetivo, com todos esses projetos, foi contribuir para que outras crianças e adolescentes também tivessem oportunidades de estudar e realizar seus sonhos.
Goianos podem se inscrever em programa que oferece bolsas de estudo de cerca de R$ 100 mil
O programa Líderes Estudar, que dá bolsas de estudo de cerca de R$ 100 mil, está com inscrições abertas. O cadastro da iniciativa da Fundação Estudar pode ser feito de forma online, pelo site do programa, até o dia 10 de abril. As bolsas são voltadas a estudantes de Goiás e dos demais estados brasileiros.
A fundação explica que não há um número de vagas específico destinado a cada estado, de modo que o número de bolsistas de cada localidade depende das inscrições realizadas e do alinhamento dos inscritos com o perfil do programa.
O valor das inscrições é de R$ 75 para programas de graduação e de R$ 150 para pós-graduação. Segundo o edital, os candidatos que não tiverem condições de pagar a taxa podem fazer o pedido de isenção, disponível no site, durante o processo de inscrição.
A organização do Líderes Estudar ainda explicou que as bolsas de estudos variam de acordo com a necessidade do estudante e podem chegar a cobrir 95% dos custos.
“As bolsas da Fundação Estudar podem ser usadas para pagar o curso ou as despesas do aluno”, detalhou a organização. Ainda de acordo com a organização, os estudantes que forem contemplados com a bolsa passam a ter acesso a mentorias exclusivas e fazer parte de uma “comunidade formada por 790 pessoas que se destacam no mercado de trabalho”, que são profissionais que já foram beneficiados pelo programa.
A fundação explica que, atualmente, 27% dos brasileiros que estudam nas 30 principais universidades dos Estados Unidos fazem parte da rede da organização. Entre elas estão as universidades da Pensilvânia, Chicago, Columbia, Harvard, Stanford e o Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Pré-requisitos para inscrição
Para concorrer, é preciso cumprir com alguns pré- requisitos:
• Ser brasileiro ou brasileira de 16 até 34 anos;
Apresentar excelência acadêmica;
• Estar em processo de aceitação, matriculado ou cursando o ensino superior em uma das quatro categorias de bolsa: Graduação completa no Brasil; Intercâmbio acadêmico de graduação ou duplo diploma no exterior; – Graduação completa no exterior; – Pós-graduação no exterior.
Etapas de seleção
Segundo o edital, os interessados passam por quatro etapas de seleção para conseguirem a bolsa. As três primeiras etapas são feitas pela internet. Já a última ocorre de forma presencial:
Inscrição e pagamento da taxa ou pedido de isenção: etapa online conta com testes de perfil e de lógica, análise da trajetória e avaliação de vídeo;
Entrevista de competências: ocorre de forma online;
• Entrevistas para aprofundamento técnico e painel com líderes Estudar: previsto para acontecer entre 10 de maio de 2023 e 10 de junho – online;
Painel final: previsto para acontecer entre 26 de junho de 2023 e 30 de junho – presencial.