Decisão do governador de Goiás de anunciar com quatro anos de antecedência que não disputará mandato estadual em 2026, aponta para a certeza de que será candidato à Presidência da Republica
DIVINO OLÁVIO – PORTAL NOTÍCIA PURA
São três os indicativos no cenário político de que o governador Ronaldo Caiado (UB) será candidato à Presidência da República, em 2026: o próprio Caiado admitiu esta possibilidade, em uma nota publicada no Jornal O Popular, ao afirmar que se preparou para este projeto; a declaração em um discurso semana passada de que não disputará nenhum cargo em Goiás nas próximas eleições – o que surpreendeu o meio político goiano com uma revelação desta magnitude, a quase quatro anos da eleição. Se a leitora e leitor derem uma conferida no seu discurso, durante quatro mandatos na Câmara Federal, e em boa parte dos quatro anos que exerceu mandato de senador (2015 e 2018), irão constatar que Caiado equilibrou o foco de suas preocupações entre assuntos de interesse nacional e o regional.
Médico especialista em cirurgia de coluna vertebral, o governador de Goiás, segundo tem sido noticiado, admite concorrer à presidência em 2026, caso consiga fazer do seu segundo mandato à frente do Executivo o “melhor governo da vida dos goianos”. E que ninguém duvide que ele fará.
Com muito dinheiro em caixa e projetos de grande alcance social, como a construção do novo Hospital do Câncer de Goiânia, tornando ainda melhor o atendimento da população nas áreas da Saúde, Segurança Pública e Educação, dentre outras.
É importante lembrar que para fazer um governo realizador, é necessário ter principalmente boa disponibilidade de recursos, o que não será fator impeditivo, neste caso. Além dos próprios recursos, Goiás deverá contar também com as parcerias do Governo Federal.
Prioridades em Goiás
Numa lista de prioridades entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dia 27 de janeiro, além do novo hospital na capital, o governador elencou investimentos na melhoria do transporte coletivo na região do Entorno do Distrito Federal e num projeto de fruticultura, no Vale do Paranã, região Nordeste do Estado, para beneficiar milhares de famílias. Mas haverá investimentos regionais em outras áreas importantes para os goianos, como a conclusão das obras de recuperação e manutenção de rodovias.Se for confirmada a candidatura do de Caiado a presidente, o líder do União Brasil será o primeiro político goiano a participar da corrida presidencial, colocando Goiás no rol dos estados que tiveram candidatos ao cargo. Mais: em sua estreia nesta lista, Goiás estará representado por um candidato que em nada deixa a desejar, em termos de atributos pessoais, como formação profissional e intelectual, experiência política e administrativa, além do fato de o seu nome nunca ter figurado em escândalo político ou atos que envergonhassem os goianos, em seus mais de 30 anos de vida pública.
Diferença
É comum ouvir avaliações no meio político de que pelo fato de contribuir com apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, Goiás tem, consequentemente, pouco peso no cenário político, o que dificultaria a projeção de um político do Estado em projeto de tal magnitude. Trata-se na verdade de argumento não verdadeiro, que mais lembra o “complexo do cachorrinho”, o de se considerar inferior a outros pelo tamanho da riqueza da unidade da Federação. Fosse assim, boa parte dos ex-governadores de São Paulo teriam sido eleitos presidente.O histórico das eleições realizadas nos últimos 60 anos mostra que a realidade é outra. O último ex-governador paulista eleito presidente no Brasil foi Jânio da Silva Quadros (PTN), em 1960. De lá para cá, nenhum outro conseguiu e não foi por falta de tentativa: Orestes Quércia (PMDB), que governou o Estado entre 1987 e 1990, tentou no pleito de 1994, mas foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Sem concorrente
Sem a concorrência de nomes igualmente conhecidos e de prestígio, a exemplo do ex-prefeito de Salvador (BA), Antônio Carlos Magalhães Neto – ACM Neto -, que foi derrotado na disputa pelo governo Baiano, em 2022, Caiado está com o caminho livre no espectro centro-direita para trabalhar a indicação da candidatura. Atualmente os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), são vistos como prováveis can- didatos da direita e centro-direita, mesma faixa situada pelo goiano.
Como é pouco provável que o paulista troque a provável candidatura à reeleição, pela de presidente e a também incerta entrada do mineiro na corrida, pelo menos por enquanto, e a depender das articulações a serem desenvolvidas pelo próprio Caiado, pode haver nos próximos anos a abertura de uma avenida de possibilidades de composição de chapa que venha a representar todos ou a maioria des- tas correntes políticas.
Independentemente do que vier a ocorrer no cenário político daqui quatro anos, uma coisa é certa: Caiado já avisou que não disputará nenhum cargo estadual na próxima eleição. Com isso, abre-se desde já maior espaço para composição regional. Serão duas vagas de senador, que irão contribuir no fortalecimento do projeto da provável candidatura do atual vice-governador, Daniel Vilela (MDB), a governador.