Direita e esquerda devem se enfrentar na disputa pela prefeitura, em 2024. Se a direita for dividida, a esquerda pode vencer o pleito.
Na semana passada, num encontro público, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, do pP, pediu ao vice-governador, Daniel Vilela (MDB), que interfira junto ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), para convocar o deputado federal Célio Silveira para uma secretaria — a do Entorno de Brasília ou a de Esporte — para permitir que o primeiro suplente emedebista assuma sua vaga na Câmara dos Deputados.
Muitos não entenderam. Afinal, até poucos dias, Roberto Naves e Márcio Corrêa não estavam em pé de guerra? Um vereador chegou a dizer: “Se Roberto e Marcinho forem vistos abraçados, eu logo gritaria: ‘Separa! Separa! Separa! Porque é briga”. Mas não é mais assim.
Na verdade, Roberto Naves e Márcio Corrêa ainda não fecharam nenhum acordo. Mas pelo menos, e com intermediação de Daniel Vilela, já admitem conversar.
Porque, a rigor, tanto Roberto Naves quanto Márcio Corrêa têm a ganhar com uma possível aliança.
Se Roberto Naves lançar um candidato não competitivo, só para marcar presença, e Márcio Corrêa se apresentar como candidato, há a possibilidade de Antônio Gomide, do PT, vencê-los.
Portanto, a união entre Roberto Naves e Márcio Corrêa pode transformar o segundo no próximo prefeito de Anápolis. Como Tancredo Neves dizia: não se dispensa apoios. Só dispensa quem tem apreço por perder eleições.
A política em Anápolis, ao menos nos últimos anos, sempre resulta em disputas entre a esquerda e a direita. Antônio Gomide é de esquerda, e Roberto Naves e Márcio Corrêa não são. São de direita, a democrática.
(Uma variante da frase de Getúlio Vargas: “Nunca tive um amigo que não pudesse tornar-se um inimigo ou um inimigo que não pudesse tornar-se amigo”.)