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O grupamento militar instalado em Goiânia, no Jardim Guanabara, está no centro da crise entre o presidente Lula e o Exército – que levou, neste sábado, à demissão sumária do general Júlio Cesar Arruda apenas 21 dias depois de nomeado pelo próprio Lula conforme o critério de antiguidade adotado para a escolha dos novos comandantes das Forças Armadas.

O general Arruda designou para liderar a unidade da capital goiana (chamada 1º BAC – Batalhão de Ações e Comando) o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e um dos principais nomes do núcleo duro do Palácio do Planalto – por fim principal envolvido nas denúncias que eclodiram neste fim-de-semana sobre a existência de um caixa 2 que pagava despesas pessoais de Bolsonaro, da primeira-dama Michelle, de outros membros da família e até de amigas e amigos próximos, dentre outros gastos irregulares.

A cúpula do governo federal entendeu que a remoção de Mauro Cid para um comando estrategicamente situado a menos de 200 quilômetros de Brasília teria sido uma afronta a Lula. Em caso de necessidade de garantia da ordem na capital da República, as tropas (de elite) acantonadas em Goiânia seriam teoricamente chamadas para uma imediata intervenção. Trata-se de um batalhão especializado em anulação de ameaças urbanas, dotado de armamento pesado. Inconfiável, portanto, sob o controle de um oficial que é bolsonarista roxo.

Foi isso que derrubou o general Arruda do comando do Exército e acendeu o rastilho da crise militar.

José Luiz Bitencourt acesse: – Blog do JBL

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