Documentário produzido pelo jornalista Marcelo Canellas está disponível na plataforma desde quinta-feira (26) e preserva a memória de mortos e feridos pela tragédia de 2013.
O documentário Boate Kiss: A Tragédia de Santa Maria chegou na última quinta-feira (26) ao Globoplay, plataforma de streaming da Globo. O documentário em memória aos 10 anos da catástrofe que matou 242 jovens na cidade de Santa Maria é dividido em cinco episódios e reconta a história do ocorrido no Rio Grande do Sul. A obra traz entrevistas com familiares e sobreviventes do caso, além de imagens de arquivo da imprensa, de celulares dos que estavam no ocorrido e áudios que os serviços de emergência receberam naquela noite.
Diferente da série Todo Dia a Mesma Noite, da Netflix, onde proposta é uma produção ficcional baseada no evento, o documentário se debruça no ocorrido. Por isso, recomendamos a cautela, já que a produção contém cenas reais de pessoas feridas e óbitos. Confira, a seguir, mais detalhes sobre a série.
O documentário tem como criador e narrador Marcelo Canellas, jornalista da TV Globo formado pela Universidade Federal de Santa Maria e que desde o início esteve próximo do caso por ter história pessoal com a cidade. Além de detalhar os acontecimentos do fato, a produção versa sobre as histórias posteriores ao fato, como criação de coletivos e denúncias pelo Ministério Público contra os pais das vítimas por injúria.
Também são discutidas as irregularidades da Boate e erros do poder público que contribuíram para a tragédia, apresentadas nos 10 dias de júri do Caso Kiss no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em 2021.
A tragédia
No dia 27 de janeiro de 2013, a Boate Kiss, no centro de Santa Maria, Rio Grande do Sul, estava ocupada para a Agromerados, uma festa vinculada a vários cursos da Universidade Federal de Santa Maria. Por volta das 2h da manhã, um incêndio tomou conta do local, decorrente de um instrumento pirotécnico levantado por um dos músicos da banda Gurizada Fandangueira durante a apresentação de uma das músicas. As faíscas produzidas pegaram no teto com espumas, produzindo fogo e o gás cianeto, o que intoxicou dezenas de pessoas na boate. Ao todo, foram 242 mortos e 636 feridos pela tragédia.