Ando com saudade de “casa”.
Daquela sensação de estar protegido, dos abraços que eram mais aconchego do que qualquer parede.
Era mais fácil quando o mundo se resumia a plantar flores no quintal e caçar vaga-lumes ao entardecer.
Saudades de quando o tempo parecia se arrastar com uma calma que hoje já não conhecemos, e o riso vinha fácil, feito vento no rosto.
Sinto falta do retrato amarelado na parede, do colo que aquecia o coração, do chão que guardou minhas primeiras histórias.
Tem dias em que “girar o mundo” perde o sentido, e tudo o que desejamos é voltar para onde realmente pertencemos.
Porque o que nos completa talvez ainda esteja lá, à espera.
E, nesses dias, o peito aperta, os olhos viram mar, e tudo o que a gente quer é se abrigar naquilo que um dia chamamos de lar.
Ando com saudade de casa, de voltar a ser inteiro onde sempre fui parte.
(Eunice Ramos).